18/11/2025
A Mostra acompanha o cinema de Jafar Panahi desde 1995, ano em que a 19ª edição exibiu e premiou seu primeiro longa, “O Balão Branco”. Dali em diante, cada novo trabalho do cineasta iraniano não faltou ao encontro anual com o público brasileiro. Na 49ª edição, a Mostra concedeu ao diretor o Prêmio Humanidade, além de apresentar seu mais recente trabalho, o longa “Foi Apenas um Acidente”, vencedor da Palma de Ouro em Cannes.
A 49ª Mostra recebeu o cineasta iraniano Jafar Panahi em São Paulo, especialmente para apresentar ao público do evento o seu novo filme. O diretor esteve presente nas três exibições do longa-metragem, nos dias 27, 28 e 29 de outubro. Na obra, o que começa como um pequeno acidente desencadeia uma série de crescentes consequências.
Na sessão do dia 27 de outubro, na Sala Petrobras na Mostra, localizada na Cinemateca Brasileira, Panahi participou de uma conversa com a diretora do festival, Renata de Almeida. Na sessão, o cineasta foi homenageado com o Prêmio Humanidade.
Confira como foi a conversa na íntegra
Um dos mais importantes diretores do cinema iraniano, Panahi foi assistente de Abbas Kiarostami em "Através das Oliveiras" (1994). Seu primeiro longa-metragem na direção, "O Balão Branco" (1995), recebeu o prêmio Caméra d’Or para novos diretores no Festival de Cannes. Realizou, em seguida, filmes como "O Espelho" (1997), apresentado na 22ª Mostra (na qual foi membro do júri internacional) e também vencedor do Festival de Locarno, "O Círculo" (2000, 24ª Mostra), ganhador do Leão de Ouro no Festival de Veneza, "Ouro Carmim" (2003, 28ª Mostra), prêmio do júri da seção Um Certo Olhar, em Cannes, e "Fora do Jogo" (2006, 30ª Mostra), vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim.
Em 2010, foi condenado a seis anos de prisão e proibido de filmar ou sair do Irã por 20 anos sob a acusação de fazer propaganda contra o regime que governa o país. Apesar das restrições, no ano seguinte realizou "Isto Não É um Filme" (2011), exibido na 35ª Mostra. Também assinou a direção de "Cortinas Fechadas" (2013, 37ª Mostra), pelo qual recebeu o Urso de Prata de melhor roteiro do Festival de Berlim, "Táxi Teerã" (2015), premiado como melhor filme da Berlinale, "3 Faces" (2018, 42ª Mostra), melhor roteiro em Cannes, e “Sem Ursos” (2022, 46ª Mostra), que recebeu o prêmio especial do júri em Veneza. Panahi recebeu o Prêmio Leon Cakoff na 42ª Mostra, em 2018, mas estava impedido de sair do Irã e não pôde vir ao Brasil.
Ele é hoje o único cineasta do mundo premiado com o Urso de Ouro, em Berlim, a Palma de Ouro, em Cannes, o Leopardo de Ouro, em Locarno, e o Leão de Ouro, em Veneza.