Arquivo / 49ª mostra

Patrick Bateman encarna quase à perfeição os valores dos anos 80. O jovem nova-iorquino é bem-apessoado, veste-se com extrema elegância, usa as marcas chiques, frequenta os restaurantes e danceterias em voga, malha na academia certa. Em alto estilo, ganha a vida em Wall Street, aproveitando-se do “boom” financeiro da década. Entretanto, como as aparências enganam, Bateman guarda, embaixo da pele, um monstro, que ronda a noite nova-iorquina a degolar mendigos e prostitutas. Evelyn, sua noiva; Courtney, sua faxineira, e Jean, sua linda secretária, não desconfiam de nada. Até o detetive Donald Kimball se deixa enganar por algum tempo pelo sedutor personagem. Até que Bateman depara com alguém mais terrível que ele: seu duplo, Paul Allen. A propósito do personagem de Patrick Bateman, a diretora Mary Harron afirmou: "As obsessões da sociedade se tornam um peso exorbitante para ele. Enquanto a maioria dos jovens despreza os pobres, ele os mata. Se os outros querem apenas quebrar seus concorrentes, Bateman os mata. Alguns tratam as mulheres com desprezo... mas ele as mata. O jovem alpinista social é também vítima dessa obsessão, tal como outro serial killer do cinema, ‚ÄòM, O Vampiro de Dusseldorf‚Äô, que assim sentenciou o próprio destino: ‚ÄòVocês, vocês tem a escolha, mas eu, eu sou como eu sou‚Äô".